efeito sombra
"Aprenda a amar com todo o seu coração e aceitar o lado desagradável dos outros(e o seu).
Qualquer um pode amar uma rosa, mas é preciso ter um grande coração para incluir os espinhos."
- Ditado Budista
Sinopse:
“Os monstros não dormem em baixo da sua cama, eles dormem dentro da sua mente”
O documentário “O Efeito Sombra”, baseado no livro com o mesmo nome, traz lindas reflexões sobre esse nosso lado que insistimos em esconder. A sombra é aquilo que não queremos que os outros saibam, algo que sufocamos dentro de nós porque não aceitamos. Coisas banais como sabotar nossas promessas de ginástica ou regime ou, até mesmo mais sérias, como parar em fila dupla ou comprar produtos falsificados. Ou ainda aquelas que são coletivas, as quais fingimos não fazer parte como o lixo nas ruas, a pobreza na esquina. Coisas que sabemos que são embaraçosas para admitir, que nos causam vergonha, nos colocam vulneráveis. E é exatamente por isso que negamos e reprimimos a existência delas.
Criamos então uma persona pública e outra secreta, que segura esse lado sombrio. Afinal, não é fácil admitir nossas fraquezas, já que queremos ser admirados e amados.
No entanto, ao ignorar essa sombra – não nos dar a oportunidade de nos conhecer profundamente – permitimos que ela surja descontroladamente. Quando olhamos os outros e julgamos ou percebemos que o comportamento nos afeta emocionalmente, muito provavelmente estamos projetando no outro nossas próprias sombras. Sem a consciência de quem somos de verdade, não poderemos conhecer o outro. Sem a tristeza, não há a alegria, sem o medo não há a coragem, sem a sombra não há a luz.
Acolher nossas características – em especial nossas sombras – é o primeiro passo para poder saber conviver com ela e até mesmo transformá-la. Quando nos conectamos com nós mesmos conseguimos nos conectar com o outro porque somos todos únicos mas são nossos sentimentos e emoções que nos torna únicos em uma mesma espécie.
Carl Jung fez uma observação interessante sobre esse fato: "Até mesmo uma vida feliz não pode existir sem uma medida de escuridão, e a palavra “feliz" perderia seu significado se não fosse equilibrada pela “tristeza". É muito melhor aceitar as coisas como elas vêm, com a paciência e equanimidade."
Abaixo algumas citações do livro que penso ser relevante destacar.
"… O inconsciente não tem a ver com ‘eu’. Tem a ver com nós. Quando uma pessoa tem impulsos e ímpetos inconscientes, eles vêm de toda história da raça humana. Segundo Jung, cada um de nós está ligado a uma ‘consciência coletiva’, como ele assim chamava. A noção de que você e eu criamos nossos self separados e isolados uns dos outros é uma ilusão."
Pág. 28
"A medida que nos tornamos mais presentes e alertas, começamos a ver quanto somos robóticos e encurralados nas personalidades que criamos. E podemos escolher tomar medidas proativas para lidar com as sombras que estão nos prendendo e tentar nos libertar. Não se iluda: se não lidarmos com essas sombras, elas lidarão conosco…"
Pág. 132
"A sombra não tem apenas as nossas características sombrias, ou aquelas que a sociedade considera más. Ela também inclui todas as qualidades positivas que escondemos. Essas qualidades positivas são frequentemente citadas como ‘sombra iluminada’. Não sepultamos apenas nossas obscuridades, mas também nossos traços positivos – aspectos poderosos, amorosos e deliciosos… Podemos ter enterrado a genialidade, a competência, o humor, o sucesso ou a coragem. Talvez tenhamos escondido a autoconfiança, carisma ou força."
Pág. 177
"Não existe como criar consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, não importa o quão absurdo seja, para evitar encarar a própria alma. Não nos tornamos iluminados apenas imaginando figuras de luz, mas criando consciência da escuridão. Porém, esse procedimento é desagradável, portanto, não popular." - Carl Gustav Jung
Gostaria de encerrar esse post com uma tirinha e uma citação reflexiva:
“Quando uma pessoa faz você sofrer, é porque ela sofre profundamente dentro dela, e o sofrimento dela está vazando e se espalhando. Essa pessoa não precisa de uma punição, ela precisa de ajuda.” - Thich Nhat Hanh
Interessado? Assista ao documentário completo aqui:
E é isso, pessoal.
Sigam a viver as suas paixões, a fazer aquilo que amam fazer e sempre, sempre sendo FAMC.
RVM